O WhatsApp (Android, iOS) entrou com uma ação contra o governo indiano na Alta Corte de Nova Déli nesta quarta-feira, 26, em vista da recente lei para rastrear a origem de desinformação e identificar o autor, que está baseada em uma nova regulação para OTTs e empresas de mídias sociais, aprovada em fevereiro.

Em resposta a Reuters, um porta-voz da plataforma de mensageria disse que o rastreio pedido pelo governo quebraria o princípio de criptografia de ponta a ponta da plataforma, além de ferir o direito à privacidade de cada indivíduo.

Por outro lado, um representante do governo indiano disse à agência de notícias que o WhatsApp pode rastrear os proliferadores de fake news sem quebrar a criptografia. Como parte da legislação, um detrator identificado teria 36 horas para apagar o conteúdo.

Problemas recorrentes

O governo indiano vem recebendo críticas nas redes sociais pelo modo como está lidando com a crise do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que teve um forte aumento de casos e mortes nos últimos meses. Recentemente, o governo local pediu para Facebook e Twitter tirarem de suas plataformas mensagens ligadas à Covid-19 com intuito de não alarmar a população. O Twitter, que aceitou em parte a demanda, teve seu escritório visitado pela polícia de Nova Déli para tirar um tweet falso do ar nesta semana.

Vale lembrar, a disputa das plataformas de redes sociais e o governo do primeiro-ministro Narendra Modi não é de hoje. Em março deste ano, o governo local ameaçou prender funcionários de WhatsApp, Facebook e Twitter devido à recusa das três plataformas na entrega de dados de fazendeiros que protestavam contra a administração.