Uma análise da Accenture divulgada nesta quinta-feira, 29, indica que o setor bancário vai se beneficiar de aumento de produtividade e deve gerar novos postos de trabalho, como engenheiros de prompts. Por outro lado, há áreas operacionais que podem ser impactadas (leia-se eliminadas ou fortemente reduzidas) pela automação, como os caixas de banco.

Baseado em um modelo estatístico com dados do Bureau of Labor Statistics dos EUA, Occupational Information Network e informações financeiras de 154 bancos mundiais (exceto na China), o estudo da consultoria revelou que os bancos podem aumentar sua produtividade em 30% e o lucro operacional em 20% com a adoção ampla da IA generativa em três anos.

Com dados avaliados em um período de um ano terminado em setembro de 2023, a análise revela ainda um incremento de receita de 600 pontos-base e um em retorno sobre o nível de capital de mercado de 200 pontos-base em bancos de regiões emergentes (Ásia-Pacífico, África, Oriente Médio e América Latina).

Posições

Estrutura geral do banco e áreas, em roxo aquelas que serão mais impactadas por IA, em lilás estão no meio-termo, e em lavanda aquelas que sofreram pouco ou nenhum impacto da IA generativa (reprodução: Accenture)

Em empregos dentro da indústria financeira, a Accenture revela que a IA generativa pode impactar as 20 principais áreas do banco. Em funções mais operacionais, como as já citadas caixas de banco (Tellers, no original em inglês, como aparece na bola roxa no gráfico abaixo), 41% delas podem ser afetadas pela automação.

Nota-se que o dado é bem similar (40% de impacto) com uma análise mais ampla do Fundo Monetário Internacional (FMI) com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o impacto da IA nos postos de trabalho em duas economias avançadas (Estados Unidos e Reino Unido) e quatro emergentes (África do Sul, Brasil, Colômbia e Índia).

A consultoria de tecnologia também indica que outros 34% dos funcionários dos bancos, aqueles que estão em funções de decisão (analistas de crédito e gestores de relacionamento, por exemplo) podem ser capacitados por IA generativa. E um quarto (25%) dos funcionários dos bancos que são mais focados em atendimento podem se beneficiar da IA generativa para reduzir o tempo de explicação e preparar documentos aos correntistas.

Novos postos

Estruturas com mais potencial para serem afetadas pela IA generativa por função, destaque para os tellers, caixas de banco (Reprodução: Accenture)

Mas chama bastante atenção que o avanço da IA generativa precisará criar postos de trabalho. Isso será necessário para a instituição financeira ficar mais próxima do consumidor com profissionais com função mais consultiva, além de ficar mais alinhada com a tecnologia para fazer ajustes (fine tuning, no original em inglês) no dia a dia. É o caso da estrutura de crédito bancário e imobiliário que receberá cinco novas funções:

  1. Gerente de produto de financiamento;
  2. Engenheiro de prompt de vendas;
  3. Engenheiro de operações;
  4. Engenheiro de prompt de cumprimento de empréstimo;
  5. Engenheiro de prompt de gerenciamento de serviço.

“Agentes de crédito vão seguir a implementação de IA generativa na função imobiliário (segundo papel na tabela da esquerda na tabela abaixo), sejam mantendo seu papel dentro de um grupo menor dos assistentes de agentes de crédito (seta verde) ou qualificando e implementando em um grupo crescente de prompts de vendas engenheiros (seta roxa). Mas potencialmente serão treinados novamente para uma função diferente em outras partes do banco (seta amarela)”.

Imagem com novas áreas do banco em uma estrutura de empréstimos imobiliários (reprodução: Accenture)

 

Crédito: Imagem principal produzida por Mobile Time com IA generativa