Pietro Labriola, CEO da TIM Brasil. Foto de divulgação: Ismar Ingber

| Publicada no Teletime | O presidente da TIM, Pietro Labriola, propõe que o Brasil deveria apostar no modelo de virtualização de redes de acesso abertas, o OpenRAN. Na opinião do executivo, isso permitiria ao País se tornar uma espécie de referência, conseguindo recuperar o que ele afirma ser um atraso na implantação do 5G e assumindo uma posição de destaque no cenário mundial da tecnologia.

“O atraso do 5G talvez possa virar uma oportunidade para todos nós, no sentido do novo standard que está aparecendo, o OpenRAN”, declarou Labriola durante apresentação no último dia do Painel Telebrasil 2020, nesta terça-feira, 29. “Poderíamos abraçar [a tecnologia] e nos tornar o primeiro país a adotá-la.”

Segundo explica o presidente da TIM, o OpenRAN permite escolher fornecedores diferentes para a tecnologia da rede de acesso, em especial no 5G. “Estão aparecendo muitos outros parceiros e indústrias de tecnologia que vão fornecer esse serviço. Vamos avaliar a possibilidade de abrir para o OpenRAN e virar um laboratório do mundo, atraindo investimento e pesquisa para essa tecnologia, fazendo um ‘leap frog’, um salto para nós ficarmos à frente dos outros, transformando o Brasil no país mais avançado no 5G”, destacou.

Labriola diz que sabe que a proposta é uma “provocação” para o setor de telecomunicações, mas justifica que tomar o risco pode permitir “transformar um atraso em maior sucesso”.

Huawei

O OpenRAN já é adotado em algumas operações, como a da operadora Rakuten, no Japão, além de vários testes com outras empresas pelo mundo. No Brasil, além da própria TIM, a Vivo havia anunciado piloto com a tecnologia.

Mas é importante lembrar que, além de supostos benefícios tecnológicos, o padrão de rede virtualizada aberta é também uma das bandeiras dos Estados Unidos para contra-atacar a China, em especial a Huawei, no 5G. Ainda neste mês de setembro, o órgão regulador Federal Communications Commission (FCC) anunciou um programa para incentivar o OpenRAN, já que a novidade pode permitir maior participação de empresas de software norte-americanas como fornecedores, retomando o espaço perdido no mercado de fornecedores de telecomunicações.