O nome “consumidor sintético” é de causar estranheza, mas tem seu sentido. Dado a uma espécie de persona criada por inteligência artificial (IA), baseada em pesquisas e outros bancos de dados, ele tem por objetivo simular o comportamento de um cliente a partir de comandos.
De acordo com Breno Soutto, head of insights do grupo Elife, o conceito consiste em “simular que foi colocado o carro na rua para fazer perguntas às pessoas, como sobre suas marcas favoritas ou intenções de voto”. Para além da criação de perfis de clientes, o consumidor sintético pode fornecer informações sobre consumo e mercado.
Soutto explica que com a novidade, a Elife conseguiu replicar pesquisas conhecidas, como a Top of Mind, que levanta os nomes das marcas mais lembradas pelos brasileiros. Para isso, a empresa inseriu a mesma amostra da pesquisa original, de 7.543 pessoas, criando diferentes personas, a partir de dados do Censo, Pnad e ONU’s Monitor. O objetivo era ter perfis fiéis aos da população brasileira. Na sequência, a empresa fez as mesmas perguntas feitas pela Top of Mind, usando uma camada de raciocínio para garantir que as respostas fossem realmente da persona criada. Como resultado, a Elife obteve no experimento uma precisão de 59,5%.
Pontos positivos do consumidor sintético
Para o head da Elife, uma das principais vantagens do consumidor sintético é o fato de ele proporcionar um outro para se ter uma pesquisa eficiente e flexível. Comparada à pesquisa de campo, a inovação é mais barata e mais rápida, já que sua principal demanda se concentra na criação da amostra de perfis. “É possível fazer uma pesquisa contínua, em que se cria públicos muito segmentados, como ‘o que esportistas esperam de uma roupa social'”, explicou Soutto, que destaca a possibilidade de se testar produtos e campanhas, para saber o que deve se sobressair entre o público.

