Os executivos do Google defenderam o sistema de pagamento e a cobrança da Google Play, o Google Play Billing, ante as críticas sobre ser fechado e danoso para os desenvolvedores móveis. Regina Chamma, diretora de parcerias do Google Play na América Latina, afirmou que a companhia entrega uma plataforma global e segura e isso tem um custo.

Patricia Correa, diretora sênior de developer marketing do Google, afirmou que a companhia realiza 125 bilhões de verificações de apps por dia e evitou US$ 22 bilhões de fraudes no ano passado. Por trás disso está a plataforma de pagamento e de segurança da Play Store.

Durante o Playtime, evento organizado pelo Google para desenvolvedores Android nesta quarta-feira, 29, a companhia explorou bastante os temas “billing”, “monetização” e “segurança”. Inclusive, a empresa informou dados recentes sobre a importância do sistema Android para a economia do País, apresentou números da inclusão à Internet móvel de brasileiros  nos últimos cinco anos e confirmou a chegada do Pix à sua loja de apps em breve (sem data definida).

Chamma explicou que, além da segurança, o Google tenta “simplificar” para o desenvolvedor os meandros das finanças, como as taxas de chargeback (contestação de compra, na tradução livre do inglês para o português) tão comuns na relação entre compras online e o ecossistema financeiro de bandeiras de cartão, bancos e adquirentes.

A empresa oferece o choice billing – opção disponível para o desenvolvedor escolher ficar fora do sistema de pagamento do Google – no Brasil e em outros 34 países com alguns apps elegíveis. Neste caso, a diretora de parcerias do Google Play na América Latina, explicou que é para “testar opções” que sejam melhores para o Google, o desenvolvedor e o usuário. E garantiu ainda que não é por “pressão externa” que essas tecnologias foram desenvolvidas.

Entenda

Patricia Correa, diretora sênior de developer marketing do Google (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

O sistema de pagamentos nas lojas de apps da Apple e do Google é tema de crítica de reguladores e de grandes desenvolvedores, como Spotify, Match Group, Meta e Epic Games. Há, inclusive, uma série de processos judiciais e regulações na Europa, EUA e Ásia, por acreditarem que o fato de serem fechados inibem o crescimento no setor. Com o sistema de billing, os desenvolvedores precisam dividir até 15% de suas receitas obtidas com vendas (revenue share, no original em inglês) na Google Play, por exemplo.

Vale lembrar, o Google lançou uma primeira solução após a União Europeia regular o setor com os Atos de Mercados Digitais (DMA) e de Serviços Digitais (DAS), em 2022. Focado em países do Espaço Econômico Europeu (EEE), o sistema Alternative Billing, que reduz o revenue share de 15% para 12% caso optem por meio de pagamento alternativo àquele oferecido originalmente na loja de apps.

“Estamos comprometidos a nos adaptarmos às novas regras, ao mesmo tempo em que garantimos que continuamos a manter as pessoas protegidas em nossas plataformas e investir no Android e no Google Play para benefício de todo o ecossistema”, disse em 2022, Estelle Werth, diretora de políticas públicas do Google Europa.

Imagem principal: (Da esquerda para direita) Regina Chamma, Patricia Correa e Daniel Trócoli, executivos do Google Play (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)