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Ilustração: Cecilia Marins

O uso da inteligência artificial na sociedade depende de freios e contrapesos, como o marco regulatório da inteligência artificial (MarIA – PL 21/2020), que discute temas como privacidade, ética e vieses. Essa visão foi apresentada pelo presidente da IBM, Marcelo Braga, nesta quarta-feira, 31.

“Não adianta ter potencial sem controle. Nós acreditamos muito que é uma tecnologia exponencial. Tem aplicações e casos de uso ainda a serem criados, mas acreditamos de forma explícita na discussão de privacidade e uso ético – auditável, rastreável e explicável – para garantir que a resposta do que um algoritmo entendeu pode identificar vieses, corrigir vieses e dar um fluxo adequado aos negócios e à sociedade”, explicou Braga.

“Somos atuantes nos marcos regulatórios. Desde o marco regulatório da Internet, na LGPD e agora no marco regulatório da inteligência artificial (MarIA), somos atuantes de forma ativa. Nós acreditamos que é uma tecnologia exponencial, com muita aplicação e tem todo contexto regulatório necessário para que ela seja usada de forma ética, rastreável, auditável para ter o contexto mais aberto às pessoas”, completou Braga.

Ainda assim, o executivo não quis opinar sobre o pedido de entidades e da sociedade civil para MarIA ser discutida por mais tempo. Vale lembrar, o projeto de lei que está em discussão por uma comissão de juristas no Senado Federal e pode ser votado ainda neste ano; um primeiro texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados.

“Estamos no momento de uso massivo da tecnologia. Discussões em temas polêmicos como esse nunca acabam, se não colocarmos escopo, objetivo e evoluir. As discussões não serão mais temas que vão virar um marco e acabou. As discussões serão temas contínuos na sociedade. Vivemos um momento diferente, de pandemia, ano eleitoral, vários fatores que distraem a objetividade da votação do tema e temas prioritários à sociedade”, completou, mas preferiu não opinar.

IA em tudo

Falando especificamente de sua inteligência artificial, o IBM Watson, Braga explicou que a plataforma evoluiu bastante desde seu lançamento seis anos atrás. Se antes eram APIs que transformavam voz em texto, faziam análises de sentimento e reconhecimento de imagens, hoje a tecnologia é mais voltada para a automação e melhor compreensão de voz.

O presidente da IBM afirma ainda que a “inteligência artificial está pervasiva” na companhia. Na prática, isso significa o uso da IA em aplicações como: gestão de dados; cibersegurança, automação; otimização de processos de negócios; e assistente conversacional.

“Podem ver que falamos mais de IA que apenas o Watson. O Watson materializa a plataforma por uma necessidade nossa de ser um conceito, um produto, uma máquina. O Watson é uma personalização da IA quando você trata de assistente de atendimento. Mas acreditamos que a IA será pervasiva para soluções de segurança, por exemplo”, disse.