Ilustração: Cecília Marins

O YouTube (Android, iOS) revelou, nesta quarta-feira, 31, quais são os critérios utilizados para regular conteúdos relacionados às eleições brasileiras, no esforço de combater a desinformação. As principais medidas são baseadas em remover, reduzir, recomendar e recompensar vídeos, dependendo do seu teor. A plataforma também anunciou ampliação de sua parceria com o TSE.

A principal ação da plataforma de vídeos do Google diz respeito à remoção de conteúdos que violem sua política de integridade eleitoral. São retirados vídeos que questionem a integridade das eleições e contenham informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores. Foram adicionadas as eleições presidenciais brasileiras de 2018 e 2014 a essa diretriz.

Serão retirados do YouTube vídeos que tenham o objetivo de enganar eleitores sobre hora, local, meio e requisitos necessários para votar ou outras informações falsas que possam induzir pessoas a desistirem de votar. Vídeos com conteúdo falso sobre inelegibilidade de candidatos ou políticos em exercício também serão removidos da plataforma, assim como aqueles que incentivam pessoas a impedir ou atrapalhar quem está votando.

“Essas políticas não são estáticas, elas estão sendo sempre atualizadas, de acordo com o que a gente vai identificando dentro e fora da plataforma, pensando sempre que, o que olhamos com mais atenção, é tudo aquilo que tem um potencial de dano real à vida das pessoas”, explicou Alana Rizzo, gerente de políticas públicas do YouTube no Brasil.

De acordo com Rizzo, 98% dos criadores do YouTube nunca violaram as regras da plataforma. Em 2022, foram removidos do site cerca de 3,8 milhões de vídeos, sendo 211 mil no Brasil. Dentre esses conteúdos, mais de 65% foram retirados quando tinham até dez visualizações. Os esforços de regulação envolvem trabalho humano e algoritmos automatizados, já que mais de 500 horas de vídeo são publicadas a cada minuto na plataforma.

Os outros três Rs

O Youtube também reduz o alcance de vídeos que não necessariamente violam as regras da comunidade, mas estão no limite de conformidade às políticas do site. Estes representam menos de 0,5% das visualizações do site, segundo Rizzo. No entanto, ela disse que não poderia revelar quais são as diretrizes que guiam a regulação desse tipo de conteúdo, já que tornar essa informações públicas poderia ajudar as pessoas que querem burlar as regras da plataforma.

“Para combater desinformação, mais informação. É importante o que a gente remove, mas também o que a gente destaca na nossa plataforma. Outra parte importante do nosso trabalho é garantir que estamos recomendando conteúdos de qualidade”, disse Rizzo. Ao buscar conteúdos sobre temas sensíveis, como as eleições, as primeiras recomendações do site são de fontes de notícias confiáveis, como jornais e portais.

Plataforma sugere conteúdos de fontes confiáveis em buscas sobre temas sensíveis. Imagem: divulgação

A gerente de políticas públicas também destacou que o YouTube recompensa produtores de conteúdos qualificados. Porém, ela não entrou em detalhes sobre possíveis medidas especiais que estejam sendo colocadas em prática durante as eleições brasileiras.

TSE

Foi lançado nesta quarta-feira o painel de alerta de integridade eleitoral, exibido na busca ou no vídeo quando se pesquisa sobre eleições no Brasil, dentro do YouTube. O recurso redireciona o usuário a informações oficiais do TSE, que tem parceria com a plataforma de vídeos desde 2014.

Banner leva usuários a informações oficiais do TSE. Imagem: divulgação

 

“Um banner leva o usuário para o site do TSE, reforçando a integridade do processo eleitoral com informações do TSE, para que as pessoas possam buscar mais informação e mais contexto sobre o processo de auditoria de fiscalização”, explicou Rizzo.

Na próxima semana, também começarão a funcionar painéis sobre como votar, informações de candidatos e, após as eleições, sobre os resultados do primeiro e segundo turno, caso houver. Em 2022, já havia sido disponibilizado um painel sobre as urnas eletrônicas e como tirar o título de eleitor.