Todos que trabalham ou se relacionam de alguma forma com o mundo digital sabem que neste meio a performance é tudo. A inovação alcançada com o avanço da velocidade de transmissão de dados transformou o cotidiano das pessoas no mundo inteiro, desde a forma como obtemos notícias e informações, acessamos produtos ou administramos as tarefas no dia a dia, até a maneira que gerenciamos nossos serviços de saúde ou finanças, por exemplo. Sem as tecnologias móveis de alta velocidade, novidades que têm o poder de mudar o mundo, como a Internet das Coisas ou a Inteligência Artificial, não seriam possíveis, já que elas exigem a transmissão rápida e volumosa de dados.

Com a chegada do 5G, nova geração da Internet móvel, espera-se que as redes sejam pelo menos 100 vezes mais rápidas que as atuais redes 4G e que o tempo de resposta (latência) para transferência de dados diminua para menos de um milésimo de segundo. A esta velocidade, seria possível baixar um filme de duas horas em apenas 3,6 segundos, contra seisseisminutos usando 4G ou em até 26 horas em 3G. Nesse sentido, o 5G promete um mundo de novas oportunidades, porém demanda grandes mudanças nos modelos de negócios e na forma como as infraestruturas de TI são implementadas nas empresas.

A era do 5G já está chegando e para obter o máximo que essa tecnologia pode proporcionar, as empresas contam com uma aliada importante: a interconexão, que é a troca de tráfego privada entre empresas, proporcionando conectividade mais rápida, segura, com maior largura de banda e menor latência. Com o avanço do 5G, esse tipo de plataforma permitirá que as empresas possam acessar continuamente ecossistemas de rede e cloud, por mais robustos que sejam, trazendo mais oportunidades de receita. Por exemplo, empresas especializadas em CDM, que realizam o gerenciamento de dados dos clientes, poderão fornecer aos seus clientes a capacidade de lidar instantaneamente com possíveis problemas e obter feedback imediato. Isso porque para obter conectividade 5G contínua para transmissão de dados em tempo real, independentemente da localização, uma conexão confiável e acessível é essencial para suportar um volume cada vez maior de dados e tráfego gerado. Quanto menor a latência e maior a velocidade na entrega de dados, melhor o desempenho da rede e, consecutivamente, melhor a experiência do cliente. E cliente satisfeito é o melhor marketing de uma empresa.

Combinado com a interconexão, o 5G poderá proporcionar uma transformação significativa para diferentes setores. Um exemplo é a saúde. Atualmente, os profissionais da área usam o 4G para acessar exames e registros, como raios-X, por exemplo. Com a chegada do 5G, médicos poderão monitorar remotamente os pacientes e coletar dados em tempo real usando dispositivos de IoT, melhorando o atendimento personalizado e preventivo. Além disso, com a inteligência artificial e big data, os dados dos pacientes podem fornecer informações valiosas para ajudar a fazer os diagnósticos corretos e tomar decisões para salvar vidas. Será possível até mesmo realizar cirurgias remotas e procedimentos médicos, graças à rápida velocidade de transferência de dados. Na China já foi realizada a primeira cirurgia remota bem-sucedida do mundo, com uso do 5G. O tempo informado para transmissão de dados entre o dispositivo de controle do médico e o robô na sala cirúrgica durante o teste foi de apenas 0,1 segundo.

Outro segmento que deve sentir positivamente os efeitos do 5G é o de conteúdo e mídia digital.  Segundo o estudo “Como o 5G irá transformar os negócios de Mídia e Entretenimento”, divulgado pela Intel em outubro de 2018, com os novos recursos de rede trazidos pela tecnologia, as receitas anuais de mídia móvel devem dobrar nos próximos dez anos, chegando a US$ 420 bilhões em 2028. Atualmente, a crescente demanda por streaming de vídeo móvel está sobrecarregando as redes 4G, o que compromete a qualidade do serviço. O 5G oferecerá conectividade mais rápida e estável, permitindo aos provedores de serviços de conteúdo oferecer experiências superiores, além da criação de aplicativos inovadores que ofereçam experiências mais personalizadas aos clientes.

E onde estamos nesse cenário? Bom, acreditamos que as redes 5G evoluirão em ondas diferentes no mundo nos próximos cinco anos. Países como Estados Unidos, China, Coréia do Sul e Japão são mercados que já iniciarão a adoção do 5G ainda este ano e devem chegar a 90% da cobertura até 2023, enquanto o restante do planeta, incluindo o Brasil, ainda deve ter um acesso limitado até 2021, com cobertura mais ampla a partir de 2026.

Vale destacar ainda que quem está impulsionado essa tendência, além das grandes empresas, é o mercado de games. Segundo o estudo “Líderes devem ter um plano robusto de 5G para atender às expectativas dos usuários finais”, publicado pelo Gartner em dezembro de 2018, 59% de empresas de grande porte consideram o uso do 5G para comunicação por dispositivos IoT, enquanto um livecast transmitido em parceria entre a Openwave Mobility e o Mobile Video Industry Council em abril de 2019, informa que a indústria de games deve contribuir com mais de 25% de todo o tráfego 5G até 2022.

Seja qual for o segmento em que atue, o que está claro nesse cenário é que serão necessárias novas arquiteturas de rede para suportar recursos completos de 5G – incluindo a virtualização de funções, aumento significativo de presença física, computação distribuída e interconexão.