O aplicativo de doações Ribon (Android, iOS) acolheu o movimento recém-criado Favela sem Corona para ser a instituição parceira no Brasil. Com isso, as doações recebidas por meio do app serão transformadas em kits de testes rápidos – aqueles com 60% de precisão – que serão distribuídos em comunidades do Rio de Janeiro. A região a receber o primeiro lote com 100 unidades será a Vila Kennedy. A previsão é que chegue na próxima segunda-feira, 6.

“Na sexta-feira retrasada (dia 20 de março), liguei para o meu irmão para discutirmos que tipo de ação a gente poderia fazer para diminuir o impacto do coronavírus nas favelas. Minha origem é a favela, daí minha preocupação porque a gente sabe que as ações demoram para chegar lá. Pesquisamos boas práticas em diferentes países e vimos que na Coreia do Sul houve uma campanha importante para testar a população em massa. Com isso, resolvemos tentar adaptar essa solução para as comunidades a partir das doações e a Ribon é uma parceira que tem nome e é importante”, explica Pedro Berto, idealizador do Favela sem Corona.

Cabe à Ribon receber as doações em dinheiro e pagar os kits, que chegam dos Estados Unidos. Uma importadora habilitada traz esse material para o Brasil e o Centro Municipal de Saúde Henrique Monat, na Vila Kennedy, aplica os testes.

Chatbot no WhatsApp e outras redes sociais

O Favela sem Corona também começa a atuar em outras áreas, sempre pensando em melhorar a vida dos moradores de comunidade. O movimento também pretende atuar em outras três frentes e com o apoio de startups parceiras. A primeira frente, que já está funcionando, é o chatbot pelo WhatsApp. Em formato de URA, onde o usuário tem um menu com uma série de opções, é possível fazer denúncias de violação dos direitos humanos, direitos trabalhistas, de violência contra a mulher e de crimes contra a saúde pública. De acordo com o site, as denúncias são encaminhadas às autoridades competentes. No aplicativo de mensageria o usuário encontra o link para fazer doações e pode fazer uma consulta com um psicólogo online de suas startups parceiras, a Vittude e a Bem Care (Android, iOS) para pessoas com dificuldades em lidar com o isolamento por causa do coronavírus.

A segunda frente de atuação são as redes sociais do Favela Sem Corona, que se transformou em um canal de informação sobre o coronavírus e onde é possível encontrar explicações sobre a Covid-19 com uma linguagem simples e direta.

A terceira frente ainda está em fase de fechamentos de parceria, mas a ideia é ajudar moradores empreendedores da comunidade. Berto explicou para Mobile Time que estão negociando com um app de delivery.

A Ribon

A startup Ribon é uma plataforma de doações. Para doar, o usuário deve baixar o app, receber e ler a boa notícia do dia sobre algo relevante que está acontecendo no mundo. Cada notícia lida, o usuário ganha 100 ribons, a moeda virtual da ferramenta, que pode ser doada a uma instituição cadastrada no app. As doações são possíveis graças a fundações que estão cadastradas no aplicativo e o usuário não precisa pagar para doar. Caso o usuário deseje, ele pode também colocar dinheiro próprio, incrementando sua doação.

O Ribon disponibiliza cinco causas para onde a moeda virtual e o dinheiro podem ser doados. Atualmente são: nutrição infantil, saúde básica, água potável, medicamentos, e agora, testes de Covid-19.