Zro Bank

Equipe do Zro Bank no Recife. Foto: divulgação

O Zro Bank (Android) estuda adotar o recém-regulado sistema de pagamentos do WhatsApp. De acordo com o CMO do chatbank, Cazou Vilella, o arranjo de pagamento do Facebook pode se tornar uma opção, se aberto e viável para sua empresa: “Primeiro, precisamos conhecê-los. E, se for seguro, e se for uma plataforma gratuita que o usuário não tiver que pagar, pode ser interessante”, diz o executivo.

Atualmente com oferta de chatbanking via Telegram, Villela afirmou que o rival do WhatsApp é mais completo e flexível. Deu como exemplo de diferencial as funções do mensageiro russo, como salas pagas. Contudo, o CMO compreende o poder de capilaridade do aplicativo do Facebook.

“O problema é que este mercado é baseado no ‘winner takes all’ (‘o vencedor leva tudo’, na tradução livre do inglês)”, afirma o executivo do Zro Bank. “Houve mudanças no mercado de mensageria e o Telegram chegou a 45% das telas brasileiras, mas não foi determinante. Acredito que apenas falhas gigantes determinam a mudança, como aconteceu com MSN e ICQ”, completou.

Olhando pelo ponto de vista do mercado, Vilella vê a entrada do sistema de pagamento do WhatsApp no mercado brasileiro com bons olhos, por fortalecer e flexibilizar o segmento financeiro, em especial para deixar o consumidor mais livre em suas escolhas. Um movimento que corrobora com o horizonte do open banking.

“Acreditamos muito no sistema financeiro mais livre do que é hoje.  Quanto mais fácil for transacionar, entre pessoas, plataformas, países e moedas, isso fortalece quem tem melhores produtos e serviços. O modelo atual enjaula o cliente nos bancos tradicionais”, disse. “Quanto mais flexibiliza, melhor é para quem quer se estabelecer com melhores produtos e serviços. A gente (Zro Bank) não ganha dinheiro com chatbank. Ganhamos com produtos, com serviços, trocando moeda real com cripto e com transação para ganhar com cashback. Quanto mais fácil sair dos bancões, melhor para gente. Isso amadurece o mercado e favorece os pequenos”, conclui.

Por outro lado, Villela faz alguns alertas para o futuro das transações mais líquidas e fluídas. Um dos riscos é o aumento de fraudes por meio de operações financeiras em chat, algo que o CMO acredita que o mercado deverá dar o apoio e a educação para o consumidor – similar ao feito nos dia de hoje nos pagamentos por aproximação. Outro problema visto pelo especialista é a ausência de um controle de gastos por parte do consumidor. As transações mais simples e rápidas demandarão um maior cuidado por parte do usuário para o controle de suas finanças. Neste caso, o executivo acredita que pode surgir a oferta de serviços de consultoria financeira pessoal, algo que existe no ambiente bancário dos Estados Unidos.

“Educação financeira será um dos serviços a ser ofertado. Será pago. Nos EUA tem a figura do consultor financeiro pessoal, nós não temos isso aqui. Serão serviços entregues por instituições financeiras”, relatou. “O chatbanking, com diversos serviços na mão do cliente, vão fazer com que as pessoas deixem de pensar em banco. Elas contratarão serviços e produtos. Neste cenário vão se estabelecer os players com melhor serviço. Será tão fácil de negociar como comprar um lanche no iFood”, completou.