Embora o open finance brasileiro esteja mais rápido que em outros países, os executivos reconhecem que ainda há desafios técnicos e de experiência para ter uma melhor entrega aos consumidores e que será um processo de contínuo desenvolvimento e aprendizado, como explicou Fabio Lins, superintendente executivo de inovação, canais, Pix e open banking no Banco Original, durante painel dedicado às finanças do 5×5 Tec Summit, nesta quinta-feira, 8. O evento foi organizado pelos sites Convergência Digital, Mobile Time, Telesíntese, Teletime e TI Inside.
“Não vai acabar tão cedo o desafio de integração, revisão das especificações, sofisticação e refinamento das experiências do open finance e de seus manuais de experiência, segurança e integração”, afirmou Lins.
“O nosso maior desafio é ter histórico e informações. Isso ajuda a refinar o modelo de crédito. Não dá mais para usar apenas os modelos tradicionais (bureaus de crédito, por exemplo). Nós precisamos de inteligência artificial, algoritmo, informação e dados. E isso vem de locais que a pessoa tem histórico financeiro”, disse o superintendente do Original, ao citar que os poucos dados que acessam hoje ajudam na redução de golpes, criação e movimentações de ‘contas laranja’.
Avanços
Para Karen Machado, gerente de open finance no Banco do Brasil, o open finance avançou muito forte em sua parte técnica no último semestre. Um exemplo citado pela executiva é que as instituições disponibilizaram a atualização (2.0) da fase dois do sistema financeiro em outubro.
“Agora temos até fevereiro para conviver com essas duas versões (1.0 e 2.0 da fase 2) e provavelmente mapear novos ajustes. Mas são ajustes que vão comprometer cada vez menos o funcionamento”, relatou Machado. “Hoje muitas soluções estão em produção, pois melhorou a integração entre os bancos”, completou.
Por sua vez, Carlos Carneiro, superintendente de open finance do Itaú, acredita que a jornada do cliente precisa ser melhorada, com informações mais precisas sobre aplicações e pedidos de crédito. O profissional prevê que “até o meio do ano que vem” o mercado financeiro estará em uma boa posição para gerar o benefício esperado: “o setor precisa de mais uns seis meses para normalizar todos os seus problemas para funcionar bem”, concluiu.