A maioria (95%) dos executivos em posição de comando acredita que a inteligência artificial generativa forçará a mudança na arquitetura de tecnologia de suas organizações. De acordo com o estudo Accenture Technology Vision 2024, feito pela Accenture com 3,4 mil profissionais C-Level de 21 setores divulgada nesta terça-feira, 9, a alteração na estrutura tecnológica das empresas ocorre com a exploração do uso da IA generativa como consultora (também conhecido como copiloto ou assistente), ou seja, um chatbot ajudando com informações na tomada de decisão.

Um exemplo de empresa nesta jornada de ‘consultoria com IA’ é a Cisco. A fornecedora teve ajuda da Neo4J para criar gráficos de metadados, uma vez que sua equipe de vendas tinha dificuldades em encontrar documentos importantes para fechar vendas, pois esses documentos não tinham metadados. A entrada do gráfico permitiu à fornecedora economizar 4 milhões de horas por ano de seus vendedores.

Mas para criar esses copilotos, a Accenture relata que as empresas precisam trabalhar com grandes modelos de linguagem (LLM – que alimentam as plataformas de IA, como ChatGPT, Claude e Llama) com dados de qualidade. Ou seja, as informações utilizadas precisam estar atualizadas, rotuladas e serem imparciais, algo que pode passar por fine-tuning ou uso de LLMs pré-treinadas.

Outro caminho para começar essa jornada em consultoria com IA é treinar pequenos modelos de linguagem (SLM) com Chinchilla, da DeepMind, ou Alpaca, da Stanford, além de mapear e organizar informações por meio de data mesh e data fabric.

Também afirmam que é preciso ter camadas de proteção, testes contínuos e supervisão humana. Para isso, as empresas precisam investir em IA ética e coletar feedbacks regulares com seus funcionários sobre os chatbots.

Ecossistema

Feita entre outubro e novembro de 2023, a pesquisa da Accenture revela ainda que a maioria dos executivos (96%) acredita em uma janela de oportunidade para suas empresas nos próximos três anos com o desenvolvimento de ecossistemas de agentes de inteligência artificial, ou seja, as aplicações de IA (vide chatbots) trabalhando em conjunto para tomar decisões pelos profissionais, seja no mundo físico ou digital. Para criar esse ecossistema, os assistentes de IA passam por um processo de amadurecimento em três etapas que estão em curso:

  1. Acesso a dados e serviços em tempo real;
  2. Capacidade de raciocinar e pensar com lógica;
  3. E os agentes de IA criando seus próprios copilotos.

“O ecossistema de agentes pode parecer avassalador. Afinal, além das três principais capacidades dos agentes autônomos, nós também estamos falando de um desafio de orquestração incrivelmente complexo e uma reinvenção massiva de sua força de trabalho humana para tornar tudo possível”, apontou trecho do estudo.

Nesse momento, a Accenture acredita que o primeiro passo é deixar os agentes autônomos conhecerem as empresas. Mas aponta que é necessário que as empresas repensem o talento humano, uma vez que precisarão de funcionários que tenham conhecimento para criar e impor regras às IAs.

Crédito da ilustração no alto: imagem produzida por Fernando Paiva com IA generativa (Dall-E 3)