Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro (Foto: Henrique Medeiros)

O CEO da Claro, Paulo Cesar Teixeira, afirmou que o investimento da operadora no 5G em 2023 será mais forte que nos anos anteriores. Durante o lançamento do smartphone Samsung Galaxy S23, o executivo conversou com a imprensa especializada sobre os próximos passos da companhia na quinta geração das redes móveis.

Sem revelar números, o CEO afirmou que o aporte no 5G será “significativo”. Entre os motivos para investir mais na nova tecnologia de rede, Teixeira citou a obrigação do leilão, mas também a perspectiva de aumento de tráfego de rede e consumo entre seus assinantes.

“A Claro vem investindo R$ 10 bilhões por ano no Brasil. Vamos manter esse patamar, mas o 5G terá um peso maior, dado a demanda de tráfego para o cliente, que cresce a 30% ano a ano. Isso acontece porque o hábito de consumo mudou”, disse. “O usuário consome mais que há um ano, algo que gera pressão na rede. Com o 5G, a tendência é três vezes mais de consumo, se comparado com um cliente 4G”, prevê.

Oi

Teixeira disse que não vê problemas em relação à qualidade das redes 5G no Brasil. Afirmou que, na média das três operadoras móveis do País, a conexão está em 350 Mbps para o download, similar ao verificado na Coreia do Sul.

Quando questionado sobre o Grupo de Trabalho que a Anatel pretende fazer para avaliar a qualidade das redes, explicou que isso ocorreu por uma queda na qualidade em novembro, quando as operadoras passaram pela migração de clientes da Oi. Com a entrada dos novos consumidores, as redes precisaram passar por adensamento, uma vez que a maioria dos clientes acessavam redes 3G e não estavam no 4G, além de oferecer aos migrantes mais capacidade, como acesso ao 5G.

“Tivemos que migrar clientes do sistema da Oi para o sistema de sua nova operadora. Nós passamos por isso, tivemos janela de migração, de 500 mil clientes e até 1 milhão por noite. O consumidor saía da Oi, passava para o sistema da Claro e tinha que estar com as informações corretas no dia seguinte. Foi uma complexidade grande para fazer essa transição. Portanto, naturalmente, tivemos turbulência em novembro (auge da migração), mas recuperamos em dezembro. As redes estão normais e já concluímos o processo. Ainda desligamos os inativos, 3,4 milhões de linhas”, disse.

3G e refarming

Teixeira confirmou que a Claro pretende trazer mais clientes para o 4G e 5G, como uma forma de acelerar o desligamento do 3G e 2G. Atualmente a companhia oferece em seu portfólio de handsets 30% deles no 4G e 70% no 5G. Ainda assim, acredita que deve demorar, mas preferiu não prever uma data.

“Queremos trazer os produtos de 4G com preços mais competitivos e queremos que o mercado pare de comprar 3G. A base da Oi tinha muitos clientes consumindo dados em 3G”, disse. O CEO estima que o 3G “tem mais valor para ser desligado antes” e que as máquinas de cartões não consomem tanto da rede 3G e 2G e não serão impeditivos para esse movimento. Mas afirma que um desafio é a questão da voz em áreas sem VoLTE.