Michel Araújo, vice-presidente da Infovista na América Latina (crédito: divulgação)

[Atualizado às 13h05 para dar precisão geográfica à previsão de faturamento] A Infovista busca um crescimento de 50% na sua receita na América Latina em 2022 na comparação com o ano anterior. Michel Araújo, vice-presidente da companhia na América Latina, explica, em conversa exclusiva com Mobile Time, que o incremento acontecerá com o avanço das redes 5G e a necessidade de mais robustez tecnológica.

“Isso é por conta das novas demandas com o 5G. Vamos contratar mais pessoas na região, três a quatro pessoas na América Latina. Ainda estamos no 5G Standalone e depois teremos o 5G Advanced em 2024, segundo o 3GPP. Sem contar o 6G, a partir de 2029”, diz o executivo. “A partir de um momento que entramos em dados e OTTs – das finanças até o entretenimento – você tem um ambiente mais complexo. Não é mais só voz (…). Essa mudança de possibilidade de serviços no 5G traz uma complexidade que exige automação das redes”, completa.

A Infovista oferece ao mercado de telecomunicações automação do ciclo de vida de redes (‘Network Lifecycle Automation’ ou ‘NLA’ no original em inglês), algo que inclui: visibilidade unificada das redes, automação fim a fim, controle e solução de problemas (RAN e Core), arquitetura de APIs abertas e soluções em cloud – pública ou privada. A empresa tem mais de 1,8 mil clientes (400 no 5G) em mais de 150 países, entre operadoras e fornecedoras de núcleo de rede.

Brasil

No Brasil, Araújo explica que trabalha com as três grandes operadoras locais. Os serviços mais usados pelas companhias nacionais são ferramentas de testes (TEMS e Klerity), de planejamento de redes (GeoData e Planet) e automação (Klerity e Vista Suite). Essas soluções podem ser usadas para definir onde uma operadora coloca sites, quem usa a rede, como usam a rede, se há gargalos, administração de múltiplas tecnologias (cabo, rede móvel, FWA e não-licenciadas), mas também para efetuar o network slicing.

“Essas redes todas têm elementos de rede NFV (Virtualização das Funções da Rede) ou cloud pública, você tem microsserviços da Infovista, o sistema captura informações, alimenta a base com esses dados e cria possibilidade de automação das redes”, disse. “É o caso de FWA e cabo, mas com diferentes KPIs customizados, obviamente. Mas qualquer rede (nova) exige essa automação e justamente porque demanda integrações”, conclui Araújo.

O modelo de negócios da Infovista é em SaaS e licença de software. Importante dizer que o seu motor de inteligência artificial para o serviço de automação é proprietário, mas pode rodar em outras plataformas, como nuvens da AWS, IBM, Google e outros.

MVNOs

Além de Claro, TIM e Vivo, que precisam instalar as primeiras redes de 5G na primeira metade de 2022, a Infovista também mira incremento de suas receitas com as operadoras móveis virtuais. Pelo lado das MVNOs, as tecnologias mais aconselhadas pelas empresas são o serviço de análise da experiência do usuário na rede (CX Manager) e a ferramenta de otimização do investimento com base em informações do usuário final (Smart Capex).

“A MVNO utiliza a rede de outra operadora. Pode ter o core dela ou não, mas a nossa solução traz mais informações, controle, confiabilidade e entendimento. Conseguimos extrair mais dados na operação, independentemente da operadora”, diz o vice-presidente da Infovista para América Latina.

Vale dizer que, por mais que entreguem informações ricas para MVNOs, essas empresas precisam de autorização da operadora principal: “Até porque capturamos os dados da operadora-mãe. Mas pode colocar em contrato os dados que deseja. Acredito que até o final do ano as operadoras-mãe ofertarão informações para MVNOs”, completa Araújo.