A CPI da Pandemia chegou às redes sociais: Facebook e Youtube terão que explicar aos senadores os motivos pelos quais não retiraram do ar vídeos em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirma que ficar doente – ou seja, contrair o coronavírus – ofereceria mais imunidade do que a vacinação da população. Por contradizer toda a comunidade científica, incluindo as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), a afirmação pode ser enquadrada como fake news.

De acordo com o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), a convocação de representantes das redes tem o objetivo de informar quais as políticas de veiculação de conteúdos falsos, especialmente relativos à pandemia. “Não é aceitável que qualquer um vá para a rede social dizer que é melhor se contaminar do que se vacinar, e continuar impune”, critica Rodrigues.

Para o presidente da CPI, Renan Calheiros (MDB/AL), o Brasil está perto de atingir a marca de 500 mil mortos pela doença e as declarações do Presidente induziriam as pessoas a não se vacinarem – o que custaria ainda mais vidas. “O que não pode é continuar essa veiculação, porque está matando as pessoas. O Brasil já é o segundo país em mortes. Neste fim de semana provavelmente vamos passar de meio milhão de mortos”, completou.

Em abril passado, o Facebook e o Instagram divulgaram uma força-tarefa para coibir postagens falsas sobre Covid-19, além de fechar parceria com agência verificadora de conteúdos. Correligionários próximos à família Bolsonaro também já tiveram suas contas do FB canceladas por “comportamento político inautêntico coordenado”.