O governo dos Estados Unidos estendeu por mais 90 dias a Licença Geral Temporária (TGL, na sigla em inglês) à Huawei, autorizando compromissos específicos e limitados em transações comerciais, como exportação, para a empresa chinesa e suas afiliadas fora dos EUA, sujeitas à Lista de Entidades. Essa é a terceira vez que o departamento do comércio concede o benefício. A primeira aconteceu em maio e a segunda, em agosto.

“A extensão da Licença Geral Temporária permitirá que as operadoras continuem atendendo clientes em algumas das áreas mais remotas dos Estados Unidos que de outra forma seriam deixadas no escuro”, disse o secretário de comércio, Wilbur Ross. “O departamento continuará monitorando rigorosamente as exportações de tecnologias sensíveis para garantir que nossas inovações não sejam aproveitadas por aqueles que ameaçam nossa segurança nacional”, acrescentou.

O departamento do comércio colocou a Huawei na lista de entidades proibidas após uma ordem executiva do presidente Donald Trump em maio, exigindo que as empresas americanas obtivessem uma licença para negociar com a Huawei. Na época, a alegação era de que a empresa teria ligações estreitas com o governo chinês.

Porém, mesmo com a extensão, a Huawei ainda precisa enfrentar um grande desafio: a impossibilidade de usar os aplicativos do Google em seus dispositivos móveis. Em setembro, a empresa lançou seu Mate 30 mesmo sem os apps da norte-americana porque a Alphabet, revogou a licença Android da Huawei, sendo, assim, forçada a recorrer a uma versão de código aberto do sistema operacional. Para se antecipar a um mal maior, a chinesa desenvolveu o sistema operacional HarmonyOS, mas que ainda não está sendo usado em seus handsets.

No Brasil

Nesta segunda-feira, 18, o presidente Jair Bolsonaro reuniu-se com o presidente-executivo da Huawei no Brasil, Wei Yao. O encontro, segundo Bolsonaro, foi para falar sobre como está a presença da chinesa no Brasil, e nada foi dito, de acordo com o presidente, sobre o leilão de 5G.