Ericsson e Nokia, duas das maiores fabricantes de infraestrutura móvel do mundo, recomendaram à Anatel, em suas respectivas contribuições na consulta pública do leilão de 5G, que as frequências outorgadas possam ser utilizadas não apenas para o chamado Serviço Móvel Pessoal (SMP) mas também para Serviço Limitado Privado (SLP), em caráter secundário. Ou seja, poderiam ser montadas redes privadas para o atendimento de fábricas, minas, fazendas, ferrovias, portos etc.

“Considerando o atual arcabouço regulatório, é preciso que o edital possibilite o uso secundário de todas as subfaixas licitadas, e que o uso secundário possa ser no regime de SLP – Serviço Limitado Privado desde um momento inicial. (…) Com essa medida temos a possibilidade de que redes privativas sejam oferecidas, pelas prestadoras, alavancando soluções para a indústria 4.0 e outras verticais”, escreveu Wilson Cardoso, CSO da Nokia.

O diretor de relações com a indústria e governos da Ericsson, Tiago Machado, apresentou argumentação similar: “Assim, faculta-se, adicionalmente ao SMP, que a mesma prestadora possa utilizar do espectro adquirido para construção de redes privadas em SLP para servir rodovias, ferrovias, portos, minas, fábricas, cidades e outros tantos ambientes e verticais onde a digitalização será amplamente impulsionada a partir da introdução do 5G. Muitas dessas redes não terão caráter de exploração de interesse coletivo, e servirão em um ambiente privado a estes fins tais com aplicações de telemetria em uma cidade, ou robôs em uma linha de produção. A flexibilidade de usar o espectro para ambos os casos (interesse coletivo e interesse privado) permitirá às prestadoras móveis endereçar a grande quantidade de casos de uso disponibilizados pelo 5G”.