Cerca de um ano após o anúncio de que seria lançado no Brasil, o Google Assistente conta agora com 134 ações desenvolvidas em português, segundo levantamento realizado por Mobile Time no diretório do serviço. Trata-se de um aumento de 70% em relação ao levantamento anterior realizado por este noticiário, em julho do ano passado. Cabe destacar que a contagem não inclui ações que ainda estão em teste, pois estas, embora possam ser acessadas, não são listadas no diretório público.

A maioria das ações foram criadas pelo próprio Google com funcionalidades básicas, tais como calculadora, criação de lista de compras ou de lembretes. E há muitas ações feitas por desenvolvedores independentes, com propósitos diversos, desde informar sobre astronomia até ajudar a falar japonês.

Paralelamente, aos poucos, grandes marcas nacionais começam a povoar esse ecossistema. Algumas, como os bancos Bradesco e Caixa e a operadora móvel Vivo, oferecem serviços de atendimento ao seu cliente através do Google Assistente. A BIA e a Aura, assistentes virtuais do Bradesco e da Vivo, respectivamente, estão integradas ao canal.

Veículos de mídia nacional já oferecem resumos de notícias através do Google Assistente, como O Globo, Veja, Estadão e Jovem Pan. Em breve, Mobile Time também estará entre eles – o bot de voz deste noticiário está em fase de testes. Durante as últimas eleições, o G1 criou uma ação específica com notícias sobre a corrida eleitoral. 

Conteúdo infantil e jogos também estão liberados. PlayKids, Galinha Pintadinha e Turma da Mônica estão entre os primeiros a aderirem.

E começa a acontecer a utilização do Google Assistente como um canal de marketing para promover determinados produtos, mas sempre fornecendo conteúdo relevante ao usuário. Skol e Colgate estão experimentando, a primeira com informações sobre a Skol Hops, sua nova bebida, e a segunda com o Colgate Kids, que ensina as crianças a escovar os dentes.

Aplicativos de renome também estão integrados, como Spotify, WhatsApp e Telegram, assim como vários do próprio Google, como YouTube e Google Fotos, permitindo a realização de ações por meio de comandos de voz em conversa com o assistente.

Vendas

O Google Assistente também está atraindo varejistas. O Magazine Luiza é o primeiro a adotá-lo como canal para informar sobre status de pedidos, por exemplo. Além disso, desde o fim do ano passado, com o lançamento de um módulo de transações, é possível realizar vendas de produtos digitais ou físicos por meio de comandos de voz. Por enquanto há apenas duas ações que oferecem vendas: a 12Minutos, com resumos de livros; e a Bonafont em casa, da Danone, que comercializa galões de água em São Paulo. O Google não fica com uma participação nas vendas e o pagamento pode ser feito através do gateway do vendedor, ou usando o Google Pay.

“Estamos vendo o crescimento do produto e estamos bem animados com esse começo. A expectativa é ter cada vez mais marcas integradas com sucesso no assistente, cumprindo esse propósito de realizar tarefas do dia a dia”, comenta Marco Oliveira, executivo do Google responsável por parcerias para o Google Assistente na América Latina.

A empresa não divulga números, mas informa que o português é a segunda língua mais falada com o assistente no mundo através do celular.

Ainda não há métricas claras para medir o sucesso de bots em assistentes de voz. Algumas das possibilidades são: quantidade de sessões e tempo médio de cada sessão, assim como o número de usuários que acessam por dia, semana ou mês. Ao contrário dos apps, não há downloads de ações do Google Assistente. Oliveira cita também como possível métrica a proporção de interações bem-sucedidas, ou seja, em que o usuário concluiu o fluxo esperado para a ação.

Para acionar o Google Assistente é preciso apertar e segurar o botão de “home” em um smartphone Android ou falar “Ok Google” dentro do app do Google no celular. As ações são acessadas dizendo “falar com” seguido do nome da ação.