Ainda é cedo para falar de possíveis aumentos nos serviços prestados pela Vivo em decorrência do tarifaço que deve ser aplicado no Brasil pelo governo dos Estados Unidos a partir de 1 de agosto. Para Christian Gebara, CEO da operadora, os serviços oferecidos que poderiam ter algum impacto, seja por meio do tarifaço, seja por meio da lei da reciprocidade, são negociados com as filiais brasileiras das big techs, por exemplo, e, até então, nenhuma delas mencionou a possibilidade de fazer incrementos nos preços. Mas, caso os aumentos ocorram, a companhia terá que repassar para os seus clientes.

A Vivo revende serviços de streaming de vídeo, áudio, além de nuvem, de big techs norte-americanas. A operadora revende telefones celulares e acessórios de fabricantes dos EUA – Apple e Motorola – mas essas empresas montam seus produtos no Brasil. E equipamentos de infraestrutura são basicamente de empresas europeias e chinesa (Ericsson, Nokia e Huawei). Ou seja, não existe nada importado diretamente das terras de Donald Trump e, portanto, ao menos neste primeiro momento, os preços deverão permanecer os mesmos.

“A gente ainda não vê o impacto direto na precificação desses aparelhos. Agora, se houver algum incremento que seja repassado, nós também teremos que repassar isso ao consumidor final. Não conseguimos definir, agora, nesse momento, se teremos ou não aumento, já que a montagem é feita no Brasil, mas se tiver, a gente vai ter que repassar”, explica  Christian Gebara, CEO da Vivo, em conversa com a imprensa nesta terça-feira, 29.

De qualquer maneira, a Vivo aguarda as próximas movimentações para saber o real impacto do tarifaço em contratos já assinados e em contratos futuros.

“Dependendo da magnitude ou abrangência dessas possíveis retaliações – aparentemente parece ser limitado –, mas a gente vai ter que acompanhar e avaliar os eventuais desdobramentos para ter uma visão mais conclusiva. Mas, vale lembrar, quase 100% da nossa receita é gerada domesticamente, por meio de serviços essenciais que são prestados à população brasileira”, complementa.

Gebara lembrou ainda que quase a totalidade dos custos são despesas operacionais que também ocorrem localmente. “E no Capex, a gente tem uma ligeira exposição ao câmbio, que é menos de 25% dos nossos investimentos totais, e temos contratos com bandas cambiais, que podem minimizar eventual impacto de alta do dólar”, avalia.

Sobre os serviços de streaming e de nuvem, oferecidos por empresas norte-americanas, o CEO da Vivo reforçou que ainda não foi abordado por nenhuma delas sobre incremento de preços. “Nesse caso, se houver, vamos ter que repassar aos clientes finais, porque, como já ocorreu no passado, incremento ou redução de ICMS a gente sempre repassa para o cliente final. Principalmente quando é uma comercialização pura do serviço desenvolvido por outros”, resume.

As OTTs

Gebara também fez uma avaliação sobre os serviços over-the-top em comparação com a TV por assinatura.

A Vivo reúne mais de 3,7 milhões de clientes OTTs, mais precisamente usufruindo serviços de streaming de vídeo, ao passo que são 755 mil clientes de TV por assinatura.

“A televisão mudou. Você, hoje, tem o cliente da IPTV (Televisão por Protocolo de Internet) tradicional, que paga sua mensalidade para ter a Pay TV e tem os clientes que querem ter a flexibilidade de ter só um OTT de vídeo e isso soma 3,7 milhões de pessoas que assinam”, explica Gebara.

“A nossa estratégia é oferecer IPTV, para aqueles clientes que querem ter um serviço mais tradicional, mas ter a flexibilidade de vender o serviço de OTT que parece ser o presente e o futuro da televisão, em que temos a flexibilidade e o cliente escolhe a plataforma que deseja.

Gebara explicou que como a IPTV é limitada, a oportunidade de crescimento é maior nos modelos híbridos ou mais flexíveis.

Receita móvel da Vivo

A receita de serviços móveis da Vivo chegou a R$ 9,5 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 7% contra R$ 9 bilhões de um ano antes. De acordo com relatório financeiro divulgado na noite desta segunda-feira, 28.

Os ganhos do pós-pago cresceram 11% com R$ 8 bilhões, ante R$ 7,5 bilhões do segundo trimestre de 2024. Com isso, a receita do pós-pago representou 86% do total do faturamento do móvel.

Por sua vez, a receita do pré-pago caiu 10,5%, de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,3 bilhão. Aqui, a companhia credita essa redução à diminuição de recargas e a migração de parte dos seus assinantes do pré para o pós. Ao final do trimestre, o pré-pago representou 14% da receita de serviços móveis da operadora.

Foto: Christian Gebara, CEO da Vivo (crédito: Vagner Medeiros/Vivo)

 

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