A Meta está preocupada com o atual cenário de regulação imposto pelos Estados Unidos e pela União Europeia e o possível risco aos resultados em seus negócios, conforme informou em nota ao mercado a sua CFO, Susan Li.
“A Comissão da UE anunciou recentemente em sua decisão que o nosso modelo de assinatura sem publicidade não condiz com o Ato de Mercados Digitais (DMA). Baseado em avaliações do reguladores e no DMA, nós esperamos a possibilidade de fazer modificações em nosso modelo”, disse Li, ao detalhar os possíveis remédios que a Comissão deve impor para a companhia.
Na avaliação da CFO, se solicitadas, as mudanças pedidas pelo regulador podem impactar as receitas da Meta na Europa a partir do terceiro trimestre de 2025. Ainda assim, a companhia vai recorrer da decisão, mas reconhece que as alterações podem ocorrer durante a apelação.
A executiva não discorreu sobre o risco nos EUA. Mas na semana do último dia 14 de abril, o CEO e cofundador da Meta, Mark Zuckerberg, foi ao banco dos réus em uma ação movida pela Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC – Federal Trade Comission) por manter ilegalmente um monopólio a partir das aquisições do WhatsApp e do Instagram que complementam o conglomerado.
Vale lembra que a empresa ainda possui marcas como Facebook, Messenger, Threads, Meta AI e Oculus.
O eventual resultado do julgamento na Corte Distrital de Columbia pode resultar em um desmembramento (spin-off, no jargão econômico em inglês) do negócio.
Resultado financeiro da Meta
A Meta registrou um lucro líquido de US$ 16,5 bilhões no primeiro trimestre de 2025, aumento de 35% se comparado com US$ 12 bilhões de um ano antes. O lucro operacional subiu 27% com US$ 17,5 bilhões contra US$ 14 bilhões na comparação ano a ano.
Os custos e despesas da companhia tiveram alta de 9%, de US$ 22,5 bilhões para US$ 24,5 bilhões. E a receita total da Meta subiu 16%, alcançando US$ 42 bilhões, ante US$ 36,5 bilhões do primeiro trimestre de 2024. Aqui, vale dizer que o quadro de funcionário da empresa aumentou 11% na comparação ano a ano, agora com 76,8 mil colaboradores.
Em nota, Zuckerberg credita o resultado positivo ao momento de crescimento da sua comunidade de usuários e negócios. Assim como adiantou durante a LlamaCon na última terça-feira, 29, o CEO reforçou que a empresa está progredindo em IA, uma vez que a sua assistente de IA generativa, a Meta AI, tem mais de 1 bilhão de usuários ativos por mês.
Importante dizer, a Meta AI (Android, iOS) teve seu aplicativo standalone lançado ontem. Até então, a assistente, que é baseada no modelo Llama, estava apenas em aplicativos da empresa, como WhatsApp, Instagram e Facebook.
Receita e dados operacionais
A receita com publicidade da Meta cresceu 16%, de US$ 36 bilhões para US$ 41 bilhões, algo que foi puxado pelos aumentos de 5% nas impressões (visualizações de publicidade pelo usuário) e de 10% no preço médio por peça. Esta unidade de negócios representa 97% do total do faturamento da empresa no primeiro trimestre de 2025.
Quando dividido por negócio, a Família de Apps (Facebook, Messenger, Instagram, Facebook, Threads) responde por 99% da receita, pois concentra o faturamento de publicidade e outras receitas. Vale dizer, a receita média por usuário da Família de Apps (ARPP) cresceu 10%, de US$ 11,20 para US$ 12,36.
Por sua vez, o Reality Labs registrou uma queda de 6,5% em sua receita, de US$ 440 milhões para US$ 412 milhões. Com isso, a unidade de negócios da companhia baseada em dispositivos e conteúdos de realidade aumentada, virtual e estendida representa apenas 1% da receita total da Meta.
Em lucro operacional, a Família de Apps obteve um aumento de 23%, de US$ 17,5 bilhões para US$ 21,5 bilhões. E o Reality Labs ampliou o seu prejuízo operacional saindo de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,2 bilhões.
De acordo com a Meta, 3,43 bilhões de pessoas são usuários ativos diários de seus apps (DAUs) ao final do primeiro trimestre de 2025, um aumento de 6% ante 3,24 bilhões de consumidores do mesmo período um ano antes.
Imagem principal: Mark Zuckerberg, CEO e cofundador da Meta, durante a LlamaCon (reprodução: Meta/LlamaCon)