No dia 1º de dezembro, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, anunciou o lançamento do Celular Seguro (Android, iOS). O app foi lançado em 19 de dezembro e em 1 de janeiro passou de 1 milhão de usuários cadastrados, além de:

  • 750 mil celulares registrados;
  • 692,5 mil registros de pessoas de confiança;
  • 7 mil alertas de roubo, furto ou perda de handset.

Vale lembrar, a ideia do app é que a pessoa que passa por algum problema (assalto, roubo, extravio, perda) tenha um mecanismo de bloqueio do smartphone, por meio de uma pessoa de confiança, ou a própria, que possa fazer esse bloqueio pelo app ou via site.

Baixei o aplicativo no começo de dezembro e pude notar que ele está bem cru. O problema não é aquele design rígido de plataformas do setor público, até porque, o app governamental sempre evolui, como é o caso da CDT (Carteira Digital de Trânsito), Conecte SUS e eSaude SP. A questão é a falta de funções básicas.

Por exemplo, tenho três pessoas no meu foro íntimo que registrei como contato de confiança. Essas pessoas fizeram o mesmo com o meu contato. O app não tem uma lista de quem você está marcado como confiança e qual telefone, apenas o seu próprio número e nem avisa quando você é marcado.

Ou seja, o Celular Seguro precisa de um quarto botão e um alerta via notificação ou SMS quando uma pessoa é listada como contato.

Atualmente, o aplicativo tem três botões principais (pessoas de confiança, registrar telefone, registrar ocorrência). O contato a ser bloqueado só aparece no botão ‘registrar ocorrência’. Isso leva a crer que falta um alerta para o usuário entender o efeito daquele bloqueio. Se o usuário clica em registrar ocorrência, não tem um alerta falando na primeira tela ‘se prosseguir, o celular será bloqueado’. É preciso criar este aviso.

Também acho que poderia ter alternativas de registro ao Gov.Br, como a biometria do celular ou duplo fator de autenticação com senha única. Outra função que falta é um mapa com geolocalização do aparelho. Atualmente, o app abre apenas as aplicações de busca de Apple ou Google.

Mas há pontos positivos no app. O registro é fácil justamente por ser cru. São três passos para fazer um bloqueio de um celular cadastrado. Traz uma plataforma democrática de proteção para o consumidor. E deve trazer mais inclusão de brasileiros ao Gov.BR, o que permitirá ao governo federal e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos promover os seus serviços digitais para a população.