A entrada do Itaú como primeiro banco na Wireless Broadband Association (WBA), uma associação com operadoras e fornecedores de equipamentos Wi-Fi, tem como principal motivo a adoção do Open Roaming. É o que revela Augusto Nellessen, superintendente de tecnologia da instituição financeira, em conversa com Mobile Time.

Em sua proposta, o banco quer oferecer a seu cliente uma experiência de mobilidade diferenciada, ao acessar o Wi-Fi via um dos hotspots cadastrados no Open Roaming da WBA: “É mais seguro. Não é um Wi-Fi Guest”, diz o executivo com exclusividade a este veículo.

“Vamos preparar um modelo de negócios com um pacote de vantagens e experiências diferenciadas para o cliente do Itaú. Ele vai ter um perfil de Open Roaming e vai ter experiência diferenciada de uso, onde ele vai acessar em qualquer lugar com hotspot dessa rede”, completa o executivo.

Entre os motivos para não entrarem antes era que o Itaú não via o Wi-Fi como maduro o suficiente, mas os recentes avanços do Wi-Fi 6, 6E e 7 demonstraram que o padrão de redes sem fio pode servir para desafogar (offload) as redes de operadoras com segurança. Nellessen lembra que mais de 200 testes foram feitos globalmente com o sistema de roaming aberto em Wi-Fi, o mais recente em Londres.

De acordo com Diego Turi, especialista em telecom no Itaú, um primeiro “ambiente de produção” com o Open Roaming no banco deve ficar pronto no segundo semestre deste ano. O executivo explica que a prova será em larga escala.

WBA

Por sua vez, Tiago Rodrigues, presidente da WBA, diz que, o fato de trazer a ‘voz do consumidor’ (de materiais e serviços de telecom) para a associação, fortifica a clareza das conversas no desenvolvimento do Wi-Fi, além de garantir que as tecnologias desenvolvidas estão em linha com as demandas do mercado: “Independentemente se a empresa é uma instituição financeira, varejista, hospitaleira ou provedora de saúde, eles (clientes) trazem as demandas diretas do mercado para trabalharmos com nossos membros”, completa Rodrigues, ao dizer que esperam crescer em outras indústrias.

Turi, do Itaú, conta que conheceu a WBA em evento no Rio de Janeiro ao apresentar a rede Wi-Fi do banco que é vista como “referência em qualidade e conectividade”. Após manterem contato e notarem que o Wi-Fi tinha evoluído, a companhia entrou na associação para focar na “segurança, simplificação de acesso e elevar a experiência” dos seus usuários.

Outra associação

Além da WBA, Nellessen explicou que o Itaú faz parte de outra associação importante em tecnologia, a Zero Outage Industry Standard (ZOIS), que tem como associados Cisco, T-Systems e IBM. Assim como a WBA faz em redes móveis, a ZOIS foca em desenvolver padrões de segurança zero-trust para a indústria de tecnologia. O superintendente confirmou que o banco trará o primeiro evento global da ZOIS para o Brasil neste ano.

O evento está agendado para 9 de outubro no Cubo Itaú em São Paulo. Esta será a primeira vez que a ZOIS fará seu evento global fora da Europa.