As campanhas com RCS no País devem ganhar mais tração a partir do quarto trimestre de 2021. Henrique Angeli, diretor de operações da Sinch na América Latina, disse durante o MEF Connected Latam, nesta quinta-feira, 19, que este movimento será puxado pelas promoções de final de ano, como Black Friday e Natal.

No painel sobre o tema, Angeli comentou sobre os primeiros aprendizados após o primeiro ano de implantação nas operadoras brasileiras: “A vinda do RCS e as primeiras campanhas mostram que o usuário tem apetite. A taxa de engajamento e leitura é bem grande – ela é dois dígitos maior que o SMS, em alguns casos”, completou.

“Com a vinda do canal (RCS) existem novas opções. Vemos bons resultados em e-commerce e segmento bancário, além de delivery, com informação multimídia bem rica. Mas o RCS vai precisar de mais tempo para evangelizar”, conclui Angeli.

Pelo lado da TIM, Marcelo Hassib, especialista de marketing da operadora, explicou que o RCS não teve a tração em 2020, devido à pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov 2) e o fato de que muitas companhias (potenciais clientes de campanhas) entraram em modo de sobrevivência e colocaram a tecnologia em segundo plano. Mas reconhece que há trabalho a ser feito.

“O RCS ainda é desconhecido. Temos que disseminar e engajar mais com as empresas, além de trazer novos players. Temos que abordar os benefícios, como o atrativo da interatividade entre marca e usuário. E tem segurança, o selo da operadora que garante que o gerador da mensagem (marca) é ele de fato”, afirmou o especialista. “Temos uma base expressiva de RCS, mas temos um ‘step back’ para fazer: ter mais campanhas e conversões de usuários para essa base”, completou.

Benefícios

Hassib explicou que o RCS entra como oferta secundária no portfólio de produtos e serviços, além de atendimento da TIM. Explicou que o mensageiro entra como um canal “complementar” às outras formas de contato do cliente com a operadora.

“O potencial do RCS é incrível comparado com outras formas de comunicação. A TIM usa para comunicação com sua base, como oferta de plano novo. Mas ainda assim, o RCS é desconhecido,”, disse o executivo. “Se consigo atingir 80% do público com RCS, ele será infinitamente superior aos 20% do SMS. A qualidade do approach do RCS é superior a outros canais”.

Pela Vivo, Aline Andreola, analista de marketing sênior da empresa, afirmou que o RCS está no portfólio do VivoAds, ao lado de SMS e MMS. Também explicou que a tecnologia está incorporada ao CRM da companhia, de modo que seja orquestrado para alcançar os clientes com suas campanhas internas.

Dando exemplo de campanhas, Emanuel Rodrigues, executivo sênior da Infobip, explicou que o RCS “aparece como oportunidade para empresas” que querem explorar um novo canal de comunicação. Afirmou ainda que um dos seus diferenciais é o envio de imagens: “Trabalhamos com uma empresa de materiais de construção do México recentemente. A campanha – com imagens para trocar a pintura – teve conversão em dobro se comparada com a do SMS”, disse.

Preço

Rodrigues, no entanto, reconheceu que o RCS é mais caro que o SMS. Mas afirmou que não dá para comparar os dois, pois as campanhas com o RCS têm mais engajamento do público: “RCS é uma oportunidade para alcançar o cliente de formas diferentes. O preço é distinto, mas o valor agregado também é distinto. Ele é uma evolução natural do mercado, mas não dá para colocar SMS e RCS na mesma balança. É como comparar um carro com uma bicicleta”, disse.