[Matéria atualizada em 27/04/2022, às 16h45, para inserir falas de TSE e WhatsApp] Em entrevista coletiva, o ministro Fábio Faria declarou, nesta quarta-feira, 27, que o WhatsApp e a Meta atenderam a um pedido do presidente Jair Bolsonaro, e estiveram em reunião no Palácio do Planalto para esclarecer um suposto acordo feito entre a plataforma e a Justiça Eleitoral para adiar a implantação de uma nova ferramenta do app no Brasil, que permitirá a criação de grupos com milhares de pessoas.

“No encontro, que durou cerca de uma hora, deixaram muito claro que em nenhum momento atenderam a um pedido do TSE para que fossem feitas mudanças em relação às Comunidades apenas após as eleições. Isso não houve, não ocorreu. Eles tomaram uma decisão global, de acordo com o mercado mundial”, declarou o ministro.

Há cerca de duas semanas, o presidente fez duras críticas ao aplicativo, dizendo que o suposto acordo com o TSE seria “inaceitável” e “inadmissível”. “Não vai ser um acordo com o TSE que o WhatsApp vai fazer e vai impor a toda a população brasileira. Ou o produto está aberto para todo mundo ou tem restrição para todo mundo”.

O Tribunal Superior Eleitoral informou ao Mobile Time que o acordo assinado entre a autoridade e o WhatsApp é o termo de adesão ao Programa de Enfrentamento à Desinformação. “O que o presidente diz é responsabilidade do presidente. O que a gente tem é um acordo com todas as plataformas para o combate à desinformação, que está publicado em nosso site. Podemos garantir que não há nada além disso”, afirmou uma fonte do TSE.

Em nota, o WhatsApp também confirmou que não houve nenhum acordo especial ligado à nova funcionalidade de comunidades como o TSE, além da assinatura do termo de combate às fake news. “É importante ressaltar que a decisão sobre a data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, afirmou o comunicado.

Segundo o WhatsApp, a plataforma ainda está no início do desenvolvimento das novas comunidades para serem aprimoradas antes de passar à etapa de lançamento global, o que não acontecerá por vários meses. “Continuaremos a avaliar o momento exato para o lançamento da funcionalidade no Brasil e comunicaremos a data quando estiver definida. Reafirmamos que isso só acontecerá após as eleições de outubro”.

“Se é uma decisão global da empresa, o presidente respeita”, finalizou o ministro Faria, encerrando a entrevista coletiva.